Tuesday, June 1, 2010

Ele acha graça, depois de tantos anos ainda pensa nela quando ouve aquela música.
Não era uma lembrança de dor ou de saudade, era só um calor gostoso. Nos primeiros versos ele instintivamente fechava os olhos e via a cena de cinema que foi o primeiro beijo deles, cantava a música com um carinho desmedido. assim, depois de tantos anos.
Também pudera, ela fora seu primeiro amor.
Eu te amava um amor que não era de beijo na boca ou de sexo. Eu te amava um amor que não era de mãos dadas pela areia fofa da praia ou de dormir agarrado. Eu te amava um amor que não era de estar sempre presente ou de querer fazer feliz a todo instante. Eu te amava um amor que não era de gargalhar alto ou de manifestar publicamente afeto. Eu te amava um amor que não era sem limites ou que se limitava a ser feliz o quanto fosse. Eu te amava um amor que não era de fazer loucuras ou de sentir loucos desejos em plena madrugada. Eu te amava um amor que não perfazia um ideal de romântico, um amor de não dar presentes a todo instante, e de não querer recebê-los. Eu te amava um amor que não era de gritar para o mundo que eu te amava. Eu te amava um amor possível, que como todo amor possível, um dia acaba.